sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Sim (setembro de 2006)

Apenas uma palavra, três letras. Uma vogal envolvida por duas consoantes, confortavelmente envolvida entre o sinuoso “s” e o decidido “m”. Envolvida tal qual o som do “sim” soa aos nossos ouvidos quando sai de uma boca amiga, amada. Sai de forma tranqüila, expressando consentimento, aceitação, amor, entrega, paz.

São tantas as palavras já criadas, adaptadas em tantas e variadas línguas, novas e antigas. São tantos os diálogos, as trocas, os desentendimentos, idas e vindas. Mas nada é mais forte, decidido e acolhedor que o "sim”. Ele resume, expressa, define. Ele vence obstáculos, dissolve nuvens, aproxima caminhos.

Muitas vezes o colocam frente a seu oposto e pedem para que escolhamos. Um ou outro. Como se fosse possível, rapidamente, ir por aqui ou por ali. Por trás de um sim ou um não existe uma vida, uma trajetória, uma decisão irrevogável. Pelo menos não sem muitas custas.

Escolher o “sim”, dizer o “sim, ouvir o “sim” deveria ser a escolha natural. Não deveria haver dúvida. Mas ela há. Sempre haverá. E por trás dela um mundo de novas escolhas, novos caminhos.

Muitas vezes as palavras se disfarçam, trocam de lugar e nos confundem. É o “não” com jeito de sim e vice-versa. Há que ter astúcia para identificá-los, distingui-los, aceitá-los. É um jogo. E como todos os jogos encerra perigos. Cabe-nos aceitá-los. E dizer “sim”.

Não há emoção maior do que ouvi-lo dizendo”sim”. O rosto se ilumina, os olhos brilham, a boca abre ligeiramente, e o som sai de forma calma, como um carinho todo especial. “Sim”. Não é preciso dizer mais nada. Não há nada mais poderoso que isso. “Sim”. Para tudo, para nada, para o que se quiser. “Sim” é a rendição, o fim das dúvidas, o porto seguro, a certeza. “Sim”. Apenas isso. Uma palavra de três letras, em português, inglês ou francês. Continua sendo apenas uma palavra de três letras, mas cuja pronúncia, em qualquer idioma, traz o mesmo movimento, a mesma entonação, a mesma mensagem. Sim, yes, oui. O princípio e o fim. Não, sem fim, apenas... sim.

Um comentário:

Anônimo disse...

"Sim" foi minha resposta ao seu convite de visitar seu blog. "Sim" foi a sua resposta a você mesma ante o desafio de se expor aqui. Decisão ousada, positiva, ao mesmo tempo em que é casual, simples... ops... Sim, simplesmente simples. Simplesmente, sim. Simplesmente você! Adorei o texto. Adorei o blog! Yes, go ahead! Virei te visitar. Beijos, Dani Orefice