domingo, 1 de junho de 2014
Saudade - 01/06/2014
“Saudade mata a gente, saudade mata a gente menina...” Sempre Djavan.
Saudade, palavra que só existe na língua portuguesa, dizem. Dizem. Com a modéstia e o rebolado que são típicos da nossa terrinha. Mas isso não importa muito. Saudade mata a gente. Em qualquer língua, tenho certeza.
Nem sempre nos damos conta das saudades que moram no nosso coração. Afinal, a vida. A cobrar a hora de acordar, de dormir, de comer, de dizer ‘te amo’. E vamos indo, vivendo, correndo, trabalhando, amando, chorando, correndo, vivendo, indo.
Mas hoje, além de confirmar que saudade mata a gente, descobri que existem vários tipos diferentes de saudade -- só pra complicar a explicação do termo pra quem está aprendendo português.
Voltei no tempo nas duas últimas semanas. Após resistir bravamente a entrar no facebook (obrigada Mari por mais este presente de aniversário), me rendi a ele. E me alimentei de amor e carinho. E senti saudades. Saudades que certamente estavam no meu coração esperando só a oportunidade de cobrar sua atenção.
Saudades de quem tá perto (Luiza, Te) e de quem tá longe (Re). Saudades de quem saiu lá do túnel do tempo (Lecinha) e de quem está sempre por perto (Mari). Saudades de mim, com elas. Saudades de tempos que se foram, saudades de tempos que virão.
Dizem que a vida é muito curta – e é. Descobrimos isso da mais dura forma. Quando aquela pessoa querida se vai, seja morrendo, seja saindo de nossas vidas – um outro tipo de morte. E aí parece que um sentimento de urgência nos toma. Urgência em viver, urgência em falar, em tocar. Urgência inundada de dor, inundada de saudades. Saudade mata a gente.
Como é que se mata a saudade que mata a gente? Quem morre primeiro?
Saudades do namorado da adolescência; saudades do amor maduro; saudades do afago de mãe (Mãe, as saudades de você são indescritíveis); saudades das brincadeiras na piscina (com ou sem água – lembram meninas?) ou no porão; saudades das tardes na praia (Grande ou Santos); dos sorvetes no interior (Birigui, Bebedouro); saudades do almoço de domingo no Nono, roubando salgadinho do armário antes da comida ser servida (era uma delícia né Lu?); saudades das visitas à Tia Ne no domingo, enquanto a Re se arrumava pra sair.
Saudades, saudades, saudades... Já dizia Djavan.
Mas um tipo de saudade podemos minimamente tentar controlar. As saudades que sentiremos daqui a alguns anos. Continuaremos, claro, a sentir saudades de momentos bons (e também ruins) da infância, adolescência, maturidade, mas acrescentaremos saudades de novos momentos que viveremos.
Então, daqui a uns anos quero sentir saudades (boas) do(s) tempo(s) que passei com a Re no Canadá e das longas conversas que tivemos; dos shows que fui com a Mari e a Te; do reencontro com a Lecinha em Campinas e das várias idas nossas pra lá e vindas dela pra cá que tivemos depois disso; dos cinemas, sorvetes e cafés em tardes de sábado com a Luizinha e sua Marina linda.
Quero sentir saudades dos reencontros, encontros, descobertas, entregas.
Porque a vida é curta. E saudade mata a gente.
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