sexta-feira, 26 de abril de 2013

Café da Manhã com Fábio Barbosa - 25/04/2013


Quando nosso grupo de Mulheres Brasileiras Líderes pela Sustentabilidade, do MMA, articulou este encontro com o Fábio Barbosa, uma alegria acompanhada de ansiedade tomou conta de mim. Afinal, o Fábio. O Fábio, que sempre me inspirou e apoiou, do alto de sua posição e com talvez a maior dose de generosidade que já encontrei em um líder (pensando bem... não deveria ser assim um verdadeiro líder...?).

Foi uma manhã, como eu já imaginava, especial. Daquelas que você sai energizado e com a obrigação de passar adiante os ensinamentos, como fiz com minha equipe e como faço aqui. Estou falando de valores, de princípios inegociáveis que fazem a diferença em uma carreira, em uma vida.

Ouvir sua história, suas lições, suas reflexões me fazem pensar que, afinal, as coisas podem ter jeito. As instituições podem ser sérias, a política pode funcionar, as empresas podem ser lucrativas e – por que não – humanas. É como uma de suas máximas: “Você pode dar certo, fazendo a coisa certa, do jeito certo”. Simples? Sim. Todos fazem? Não. Talvez seja uma questão de evolução.

Algumas passagens me marcaram muito.

“O que é ético? Se você puder chegar em casa e comentar o que fez durante o dia deve ser ético.” Simples, não? Todos fazem? Provavelmente, não.

“Sempre trabalhei de bom humor. Quero contratar gente de bem com a vida. Pessoas de mal com a vida azedam o ambiente.” De novo, algo que pode parecer óbvio, mas não é. O mundo corporativo nos apresenta desafios a cada segundo.

Fico pensando no dia a dia de uma pessoa na posição de liderança máxima de uma organização, como o Fábio. Uma cara feia aqui e ali deveria ser comum, compreensível, até parte do ritual do cargo, quem sabe? Mas o que ele nos traz é o oposto. Tudo fica mais leve com um sorriso, a gente sabe. Se é assim na nossa vida pessoal, com a família, os amigos, a turma do clube, por que não pode ser no mundo corporativo? Pode, sim.

“Como é difícil colocar na mesa pessoas diferentes de você; como são inteligentes os que pensam como eu. Mas um bom time é feito de pessoas complementares.” Aqui está colocado o desafio da diversidade, de ouvir o oposto, de se propor a considerar pontos de vista diferentes do seu e ter a humildade de aprender com eles. Não sem dor. Porque o ser humano é egocêntrico por natureza; nossa cultura nos impele a isso. E pode doer abrir mão do conforto, ceder. De novo, evolução.

Pensar que o todo sempre pode ser maior e melhor do que a parte. Sonho? Talvez. Mas é como escreveu nosso querido Monteiro Lobato -- no tempo que a preta Tia Anastácia podia ser assim chamada sem patrulhas: “Tudo é loucura ou sonho no começo. Nada do que o homem fez no mundo teve início de outra maneira – mas já tantos sonhos se realizaram que não temos o direito de duvidar de nenhum”.

“Suas atitudes falam tão alto que eu não consigo ouvir você.” Outra frase que se tornou clássica na voz do Fábio resgata e coloca luz no que há de mais cristalino no ser humano: as suas atitudes, o seu “como”. Que chega sempre muito antes do seu “o que”.

Por fim, uma frase que ele já tinha me dito e que ao ouvir no café da manhã reforçou o quanto é animador ver que o Brasil conta com pessoas como ele em cargos de liderança e influência: “A vida sempre foi muito boa comigo”.

Quantas pessoas nos últimos meses você ouviu dizer isso? Quantas, das que você conhece, poderiam dizer isso? Na verdade, mais além: quantas vezes você já ouviu esta frase em sua vida, seja de quem for?

Confesso que ouvi apenas do Fábio. Ok, muitas pessoas podem também pensar desta forma; se sentem gratas, mas não falam abertamente. Mas o mundo que vivemos exige essa postura. É preciso mais exemplos, mais depoimentos, mais inspiração (de novo ela; sempre ela). Fábio Barbosa é assim. Agradeço a ele por isso. Por abrir o caminho, por estimular a jornada, por valorizar as pequenas e grandes coisas. E dizer ao mundo.

Aliás, pude presenciar isso ao assistir a uma palestra do Fábio, em 2009, em Londres, na entrega do Prêmio “Emerging Markets Sustainable Bank of the Year” (Financial Times/IFC), que tive a alegria de receber em nome do Itaú, onde estava à época. Depois de já tê-lo ouvido várias vezes no Brasil, foi a primeira vez que tive a oportunidade além-mar, em inglês. E tudo estava lá. A simplicidade e a profundidade.

É possível, portanto, ser verdadeiro. Aqui e acolá. É possível, sim, dar certo, fazendo a coisa certa, do jeito certo. Hoje e amanhã. Pensando bem... a vida também está sendo muito boa comigo.

2 comentários:

Marcia Kitz disse...

Sonia, parabéns!
gostei muito do que vc. escreveu.
tive a sorte de trabalhar com o Fábio quando o Banco ABN AMRO adquiriu o Banco Real e participei da implantação da área de responsabilidade social, como voluntária. Foi um trabalho muito gratificante, motivo de orgulho.
Ele realmente, é fantástico.
abraços,
Marcia Kitz

Marcia Kitz disse...

E os outros artigos, também muito interessantes, desta vez considerando o fato da minha formação ser na área de comunicação social, relações publicas. Parabéns!!!
Abraço,
Marcia Kitz