Você sempre gostou do dia 16, mãe.
Dizia isso para mim. Sempre perto do meu aniversário, no dia 16. Não sei se havia alguma outra lembrança que a fizesse gostar desse dia. Mas a mim bastava saber que era por causa do meu aniversário.
E você sempre era a primeira a me dar parabéns. Cansada que fosse, me telefonava sempre à meia noite do dia 15 para 16 de maio. “Parabéns filha...”. Eu já esperava. Era meu primeiro e mais caro presente. Um acalanto, um carinho.
Você se foi no dia 16, de agosto. Por que será mãe?
Impossível não associar as coisas. Será que devo pensar que foi seu renascimento, sendo, assim, uma relação até espiritual com o meu renascimento (dado que a cada aniversário certamente renascemos)?
Não sei. Na verdade, não quero saber. O tempo passa, mas não cala esta dor, este inconformismo, esta tristeza. Será que algum mês de maio de algum ano que está por vir me encontrará de novo feliz?
Maio, mês das mães, mês das noivas, meu aniversário de casamento, meu aniversário de nascimento. É muita emoção junta, mãe.
Dói pensar. Dói viver.
Deixemos, então, o tempo ir, passar, navegar, transbordar.
Não há como segurá-lo, não há como fazer voltá-lo atrás.
Deixemo-lo ir.
Apenas.
E tão somente.
sábado, 2 de maio de 2009
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Um comentário:
So...
Q texto lindo! :)
Certeza que uma estrela brilhou mais forte qdo vc colocou mais essa declaracao na lareira! E dia 16 vai ser sim especial!!
Beijos
Gle
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